Adaptado
Fonte: Pedagogia do Futebol, 2003, Freire, J. B.
1) Ensinar futebol a todos: Como docentes não devemos dar atenção maior somente aqueles que, por algum motivo apresentam maiores habilidades. As experiências anteriormente vividas, talvéz fatores genéticos, quem sabe ambas as coisas, permitam fazer com que apresentassem mais facilidade que outros na prática do futebol. Logo, qualquer pessoa pode aprender a jogar futebol. Não se pode desprezar a importância dos fatores genéticos, mas esses fatores não podem impedir a aprendizagem de quem quer que seja. Não podemos manipular geneticamente a formação do conhecimento, mas podemos interferir na aprendizagem. DE MODO QUE AQUELES QUE JA SABEM JOGAR FUTEBOL DEVEM SER ORIENTADOS PARA APRENDER A JOGAR MELHOR, E AQUELES QUE SABEM MUITO POUCO OU NADA DE FUTEBOL DEVEM RECEBER MAIOR ATENÇÃO ATÉ QUE APRENDAM, NO MÍNIMO O SUFICIENTE.
2) Ensinar futebol bem a todos: Não basta ensinar, é preciso ensinar bem. A tarefa de quem ensina futebol não é ensinar qualquer coisa. Temos que ensinar cada aluno, não importa o nível de habilidade com que inicie. Temos que nos alicersar das melhores técnicas, do maior cuidado, de modo que possa ao longo do tempo expressar habilidades para jogar um futebol de boa qualidade. Acredito que todos indistintamente podem jogar futebol de boa qualidade, alguns em menor tempo, outros com maior demora, não importa, todo processo pedagógico exige PACIÊNCIA.
3) Ensinar mais que futebol a todos: Além de ensinar futebol a todos e ensinar bem, a tarefa educacional supõem preparar sempre para algo mais que a atividade específica da escola (em nosso caso Escola de Futebol). Quem aprende futebol pode desenvolver um acervo de habilidades bastante diversificadas, podendo aproveitar as tais em muitos outros esportes. Além disso, poderá estar aprendendo a conviver em grupos, a construir regras, a formar opinião, ou seja, estará enriquecendo seu ser, seu desenvolvimento moral e social. Deve fazer parte da ação pedagógica conversar sobre os acontecimentos da aula, colocar o aluno em situações desafiadoras, estimulá-los a criar suas próprias soluções e a falar sobre elas, levando-o a compreender suas ações. São coisas que contribuem para o desenvolvimento da inteligência do aluno. NÃO PENSAMOS SÓ NO CRAQUE, PENSAMOS MAIS QUE ISSO, NA CONDIÇÃO HUMANA.
4) Ensinar a gostar do esporte (futebol): O ensino-aprendizagem de qualquer disciplina/esporte deve ser algo agradável, por que o ser humano não incorpora em seus hábitos diários coisas desagradáveis caso tenha opção de escolha, claro. Assim acontece quando crianças são levadas a engolir treinamentos exaustivos de futebol por acreditarem que isso as transformará em futuros craques. Por ouros lado, se ensinarmos com brincadeiras, com diversão, com carinho, com abertura de espaço para idéias, com atenção, com certa liberdade, possivelmente isso ficará para sempre e assim não será preciso ENGANAR os alunos com promessas de um futuro glorioso no esporte. ANTES DE QUALQUER ENSINAMENTO, O ALUNO PRECISA APRENDER A GOSTAR DO QUE FAZ.
Att.
Professor Élver.